Abelhas como ponte: das árvores à mesa
Os polinizadores fertilizam mais de 75% das culturas alimentares do mundo. Mas suas populações estão diminuindo — por uso de pesticidas, agricultura de monocultura, desmatamento e mudanças climáticas. A perda é mais do que ecológica — é também econômica e nutricional.
Ao integrar árvores e cultivos, a agrofloresta está criando espaço para que os polinizadores prosperem. Em Burkina Faso, agricultores estão aprendendo a manejar abelhas nativas e sem ferrão, selecionar espécies florais nativas e incorporar colmeias em áreas de manejo de madeira e pomares domésticos. O resultado é uma paisagem que produz mais e se regenera com mais rapidez.
A integração da apicultura aos sistemas agroflorestais traz benefícios diversos. Em muitas comunidades, a produção de mel abriu novas fontes de renda, fortalecendo a estabilidade financeira dos lares e criando novas oportunidades de empoderamento econômico. No aspecto ambiental, a presença das abelhas estimula o crescimento de plantas e árvores floríferas, exercendo um papel silencioso, porém essencial, nos esforços locais de reflorestamento. O envolvimento comunitário também aumentou, à medida que programas de capacitação promovem o intercâmbio de conhecimentos e fortalecem os laços sociais.
Os impactos de paisagens favoráveis aos polinizadores são impressionantes: agricultores observam aumentos de 15% a 30% na produtividade agrícola em áreas com presença de abelhas. Famílias relatam ganhos de até 50% maiores em sistemas agrícolas diversificados. E à medida que os agricultores plantam mais espécies multifuncionais e ricas em néctar, a cobertura arbórea cresce gradativamente — oferecendo resiliência tanto ecológica quanto econômica.
Um lembrete da natureza
De florestas do Timor Ocidental a fazendas na África Ocidental, as abelhas estão silenciosamente mantendo inteiros os ecossistemas. Elas polinizam os alimentos que comemos, as árvores das quais dependemos e as plantas que mantêm o solo e o clima em equilíbrio. E, ainda assim, estão desaparecendo.
Comunidades como a Olin-Fobia nos lembram que não precisa ser assim. Suas tradições mostram que é possível viver em harmonia com a natureza — cuidar da terra e ao mesmo tempo obter dela o sustento. Quando protegemos as abelhas, as florestas florescem. E quando as florestas prosperam, nós também prosperamos.
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